A necessidade da conversão deve ser compreendida em especial neste período da Quaresma; e cada um de nós deve buscar o novo nascimento, como ensinado por Nosso Senhor Jesus Cristo.
“Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus. Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele. A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo. O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito”
João 3:1-8 ( ARC)
Nicodemos era mestre da lei em Jerusalém e talvez tenha sido movido por uma sede da verdade ou mesmo por mera curiosidade e foi ter com Jesus, na calada da noite. No diálogo entre Jesus e Nicodemos, em João 3, nos é revelado um dos mais importantes e profundos assuntos da vida cristã, que deveria ser desejado e buscado pelos crentes e pela Igreja, o tempo todo: o novo nascimento.
O ser humano nasce em pecado, cresce nele e envelhece com ele, dorme e acorda pecando. Ele não é pecador porque peca, mas sim ele peca porque é pecador. É sua natureza, é sua inclinação contínua. Ele vive em rebeldia contínua contra Deus. Mas ainda assim é chamado por Deus, em reconciliação, para que, pelo arrependimento seja perdoado e lhe seja revestida uma nova natureza, desejosa de fazer a vontade de Deus, para uma vida de renovação e santidade.
O novo nascimento é o mecanismo disponibilizado por Deus, que opera uma transformação sobrenatural e radical, pelo Espírito Santo, da mente e do coração do crente por ocasião da sua união com Cristo, tendo como pré-requisitos o arrependimento e a fé. Este processo, que resulta em uma total e profunda mudança de perspectiva e estilo de vida representa a conversão total do ser humano, de uma natureza de rebelião contra de Deus, para outra de obediência, serviço e adoração.
Nicodemos era doutor da lei, membro de um grupo muito proeminente no judaísmo, mas, ainda assim carecia de conversão para habilitar-se a herdar o reino de Deus.
Devemos entender que
Na verdade, as pessoas podem professar o cristianismo mecanicamente, mas não terem uma experiência significativa com Deus, nem um engajamento efectivo com a santidade. E lá aonde não se operou verdadeiramente o novo nascimento, os sinais são visíveis: os crentes não têm um relacionamento efectivo e pessoal com Deus, são mornos, rebeldes, não comprometidos com o seu crescimento espiritual nem prestam contas a Deus; isso resulta em um formalismo frio e mecânico, onde as pessoas cumprem rituais externos que não expressam nem traduzem uma verdadeira adoração. E por fim, sem o novo nascimento, a perdição eterna é uma certeza.
Ao responder Nicodemos, Jesus não deu rodeio, foi categórico e conclusivo: “…aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino dos céus“. Portanto, importa-nos igualmente não darmos voltas e olhar para esta necessidade individual e coletiva como o acontecimento mais importante na vida cristã. Devemos nos arrepender verdadeiramente para que possamos ser revestidos do novo homem, nascido do espírito, nascido de Deus.
Hoje é a ti que Jesus se dirige: “necessário é nascer de novo”. Aceite que este seja o dia, o grande dia, do teu novo nascimento, da tua união efectiva com Cristo e da tua aptidão para receber o reino de Deus!
Graça e paz.