Reflexões sobre o amor à causa de Deus e o preço do chamado divino. Explore o sacrifício e dedicação necessários para cumprir o serviço do Senhor.
“São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim.) Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um; três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias, muitas vezes, em fome e sede, em jejum, muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas”
2Coríntios 11:23-28
O apóstolo Paulo, o notável servo de Cristo na árdua missão do estabelecimento e expansão da Igreja na sua fase inicial, trabalhou intensamente para cumprir o seu chamado. Ele escreveu metade do Novo Testamento, fundou muitas comunidades cristãs e formou muitos líderes da sua época. É um dos servos de Deus mais produtivos de toda história da Igreja. Seu amor à causa era tão profundo que sua entrega ao serviço foi total. Só que muitas vezes, quer neste caso assim como noutros, não paramos para questionar: a que custo? Como foi a sua vida por trás dessa grande obra? Que desafios enfrentou para cumprir o chamado de Deus?
Na verdade, qualquer tarefa designada por Deus para o crente tem um preço e sacrifício a pagar para iniciar e mantê-la, o qual só é possível consentir se o amor à causa for total e incondicional. Os homens e mulheres de Deus da antiguidade, quando foram escolhidos e chamados para um propósito divino pagaram um alto preço, consentindo grandes sacrifícios. Se fizermos uma avaliação da vida dos profetas, patriarcas e demais servos de Deus, iremos concordar com o que disse o escritor do livro de Hebreus, quando fez um pequeno relato a respeito da vida e chamada deles. Passaram por padecimento, provações, perseguições, e até tiveram as suas vidas ceifadas (Hb 11.32-34). Os discípulos, apóstolos e todos quantos até hoje têm sido chamados para a obra de Deus pagaram e pagam um alto preço por esse serviço prestado ao Senhor (Hb 11.36-38).
O sofrimento do servo de Deus no exercício do ministério cristão é o preço a pagar pelo chamado e amor à causa de Deus.
Falando de amor à causa e de preço a pagar, lembramos hoje o grande dia do regresso triunfal do Dirigente Simão Gonçalves Toco, depois de 11 longos e dificílimos anos de exílio forçado em Açores-Portugal, aos 29 de Agosto de 1974. Hoje ao vermos grandiosidade da obra de Deus por ele realizada, o preço que teve de pagar para ergue-la, desde os primeiros momentos de sua jornada ministerial, não tem como não nos sintamos inspirados e impulsionados ao serviço. A sua causa era tão profunda que o preço foi muito alto. E o sentido de triunfo por ocasião do seu regresso, de Portugal para Angola, tem sentido total, a contar pelas enormes barreiras impostas pelo mundo à sua obra.
Na verdade sim, uma carreira cristã genuína não é sobre honras, títulos e benesses, mas sim sacrifícios e dedicação às causas de Deus. A excelência no serviço em Deus não se mede pelos títulos, cargos ou categorias, mas sim, o quanto somos capazes de doar o nosso ser, até que ponto amamos o nosso Senhor, em que medida nos apaixonamos pelo serviço sagrado, ou até aonde somos capazes de padecer por Cristo.
Aos antigos, Deus requereu o próprio sangue para erguer a sua obra, a nós ele espera pelo menos o básico bem feito, tais como preocupar-se de forma genuína e profunda com o seu serviço, realizar o trabalho que nos confiado com zelo e dedicação, cumprir horários e as demais obrigações cristãs. E para isso basta amar Senhor com todo o coração.
Cristo chama a todos para o serviço, mas apenas os que estiverem dispostos a amar o Dono da obra e, consequentemente, pagar o preço exigido, se alistam para trabalho.
O que te motiva para o serviço a Deus?
Até que ponto estás disposto a servir a Deus?
Que Deus abençoe ricamente.