“Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo.”
1João 4:1-3 (ARC)
Neste contexto, a Igreja de Cristo encontrava-se em seus primeiros anos de implantação e em grande grande trabalho de evangelização. A medida que a ela crescia, também via-se enfrentada por enormes desafios. Um destes grandes desafios era o surgimento e multiplicação dos falsos profetas e falsos mestres. Os apóstolos, temendo que alguns irmãos pudessem ser facilmente enganados e desviados, tiveram de intervir e alertar com incisão para preservar o santo aprisco de Cristo.
Na verdade, lidar com os “espíritos” é uma missão muito séria e delicada para a Igreja, e requer sim, alto discernimento, que é um dos dons do Espírito Santo.
Esse trabalho é delicado, porque se de um lado corremos o risco de blasfemar, entristecer ou mesmo “extinguir” o Espírito Santo, por outro lado podemos estar propensos ao fanatismo, aceitar qualquer “espirito” e sermos enganados e desviados da verdade.
Os cristãos, desde os primeiros momentos, viram-se ameaçados a serem enganados e desviados pelos falsos espíritos, falsos profetas e falsos mestres. O diabo, no meio de todo trabalho de Deus, sempre procura semear a falsidade para confundir e desviar o povo de Deus. Desde o antigo testamento, falsos profetas e falsos mestres guiados por espíritos enganadores, procuraram subverter a verdade de Deus.
Vivemos em nossos dias desafios semelhantes, que ao nível externo (várias ceitas e movimentos religiosos falsos), assim como ao nível interno falsos espíritos e falsos ensinamentos se têm multiplicado. O apóstolo João neste trecho chama-nos à atenção sobre a necessidade de discernir os espíritos.
Aprendemos com esta exortação de João as seguintes importantes lições:
1. Apesar de a Igreja ser guiada pelo Espírito Santo, existem também falsos espíritos que tendem a subverter a verdade e enganar os menos atentos;
2. É preciso ter um acurado dom de discernimento para distinguir o verdadeiro dos falsos espíritos. E esta é uma das principais responsabilidades da Igreja por meio dos anciãos;
3. Que o espírito do anticristo já se levantou e que a Igreja precisa estar muito atenta e deve depender e confiar sempre unicamente no seu Senhorio, Jesus Cristo;
4. Existem critérios para distinguir o falso do verdadeiro espírito. A Bíblia dá indicações sobre isso. Por isso, a única forma de combater o falso é conhecer a verdade e natureza do verdadeiro Espírito;
5. A maioria dos problemas que a Igreja enfrenta deriva da incapacidade de discernir os espiritos, da incompreensão da natureza das armas a usar na guerra santa e do descaso em tomar toda a armadura de Deus, no combate contra as astutas siladas do diabo. Por isso somos alertados hoje a rever a nossa posição e redifinir as estratégias, segundo as orientações contidas nas Sagradas Escrituras.
Os crentes precisam ver este assunto com preocupação e seriedade. Sabendo que a sua sobrevivência no caminho de Deus depende da sabedoria espiritual, discernimento e coragem para combater o erro e o engano dos falsos espíritos. Por isso, o cristão deve manter-se alerta, para que, com a verdade (conhecimento da Palavra de Deus e oração fervorosa), possa proteger-se da invasão do inimigo de Deus em sua jornada espiritual.